1 © Márcia Costa notícias A informação é uma forma de alcançar uma saúde mais democrática no Brasil. plica Paulo Capel, um dos coordenado- res do Projeto Saúde Coletiva. O acesso à informação é um direito constitucional e, sem ele, a democracia é afetada, conforme citaram os debate- dores do Projeto Saúde Coletiva. Exem- plo disso ocorreu nos anos 70, quando uma epidemia forte de meningite atin- giu o país. Naquele contexto de censura à imprensa a população deixou de ser informada sobre o perigo da doença e, portanto, não pôde prevenir-se. “Havia dificuldades com informações que pu- dessem ser negativas para o governo. Daí, não se providenciou a vacinação e, sem o devido controle da doença, mui- tas mortes ocorreram, principalmente de crianças”, destacou Paulo Capel. Os palestrantes ressaltaram o contexto atual, em que a democracia não é vista como um valor em si. Outra questão importante debatida no evento foi a ausência de uma defini- ção sobre o nome que ocupará a coorde- nadoria Nacional de Saúde Bucal, já que a representante do cargo foi exone- rada recentemente. Sem essa definição não se pode planejar e executar a agenda de interesse público, que aguarda para ser implantada. Uma das ações primordiais, se- gundo os integrantes do debate, é a con- tinuidade da realização da Pesquisa Na- cional de Saúde Bucal, multicêntrica, que depende da articulação de várias instituições em diversas regiões brasi- leiras. Realizada a cada dez anos, a úl- tima edição ocorreu em 2010. A expec- tativa é a realização de outra pesquisa epidemiológica sobre problemas de saúde bucal, que envolve de 2 a 3 mil profissionais no Estado. “Ela precisa ser realizada, não pode ser interrompida”, reforça Capel. Outra ação importante para debate da saúde pública no Brasil é o cuidado com a população indígena. Para tal, tor- na-se imprescindível a realização da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal dos Povos Indígenas do Brasil, que já foi pla- nejada, está em desenvolvimento e pre- cisa ter continuidade, conforme reforça- ram os palestrantes. gente”, salientou Capel, destacando que a Coordenadoria Nacional de Saúde Bu- cal é mais do que necessária para dar andamento às ações de saúde pública no Brasil. Projeto Saúde Bucal “O projeto teve início quando o De- partamento de Prevenção da APCD sen- tiu a necessidade de trazer para o CIOSP o debate sobre as políticas públi- âmbito nacional. Portanto, o Projeto Saúde Coletiva buscar reunir tradicio- nalmente representantes do Conselho Nacional de Saúde, do Conasems, o Con- selho Nacional de Secretarias Munici- pais de Saúde e também do Conass, o Conselho Nacional de Secretários Esta- duais de Saúde, além de dirigentes de entidades de Odontologia e de saúde co- letiva, como o Cebes e a Abrasco. Ao longo desses anos as reflexões © Márcia Costa Sede/Escritório Internacional Dental Tribune International GmbH Holbeinstraße 29, 04229 Leipzig, Germany Phone: +49 341 48474-302 Fax: +49 341 48474-173 E-mail: info@dental-tribune.com Internet: www.dental-tribune.com Editor/CEO Torsten Oemus Diretor Financeiro Dan Wunderlich Diretora de Conteúdo Claudia Duschek Diretora Comercial Weridiana Mageswki Gerente de Edição Suelyn Melo Range Gerente de Marketing & Desenvolvimento Comercial Alyson Buchenau Jornalista Márcia Costa Assistente de Jornalismo Tatiany Garcia Sobre o Editor Apoio de Produção & Vendas Puja Daya, Hajir Shubbar, Madleen Zoch Gerente de Produção Gernot Meyer Distribuição de Anúncios Marius Mezger Produção Matthias Abicht Público é formado por gestores de saúde e profissionais da Odontologia. today aparecerá no 37º CIOSP- Congresso Internacional de São Paulo. O jornal e todos os artigos e ilustrações nele contidos estão protegidos por direitos autorais. 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Segundo ele, hoje são 25 mil equi- pes de saúde bucal nos centros de espe- cialidade odontológica, um serviço es- sencial para atendimento da população. A saúde bucal da população depende da presença de profissionais de saúde no sistema público. Essa e todas as outras questões cita- das no evento formam um conjunto de iniciativas que envolvem a atuação das secretarias estaduais, municipais, e está no comando federal. “Isso é ur- cas que impactam a saúde bucal da po- pulação. Não apenas de problematizar as ações e programas específicos de saúde bucal, mas abordar outras políti- cas, buscando sua compreensão para melhorar a atuação específica dos pro- fissionais de Odontologia, promovendo interação e diálogo com os congressis- tas. Esta é, talvez, a marca principal do PSC: interação e diálogo”, explica Capel. O principal desafio para quem tra- balha na Odontologia pública é atuar de forma estratégica junto aos conselhos de saúde, nos municípios, estados e no produzidas no PSC repercutiram nos ru- mos das políticas de saúde em São Paulo e no Brasil, influenciando junto às secretarias de saúde, de estados e mu- nicípios, e junto ao Ministério da Saúde, mas, sobretudo, junto aos profissionais do setor que atuam no sistema público O diálogo é o caminho para a me- lhoria da saúde pública, destaca Capel: “É preciso ouvi-los e, juntos, buscar ca- minhos para barrar os retrocessos e fa- zer avançar o direito à saúde e, com ele, o direito à saúde bucal. Direito de todos, sem exclusões, sem privilégios”. 2 37º CIOSP · 01 de fevereiro 2019