tratamento endodôntico 13 CIOSP São Paulo 2016 ras por dois dias de paracetamol 750mg e em sete dias a sutura foi removida, e o paciente relatou um pós-operatório sem complicações. Foram realizadas radiografias de controle, de 6 messes e de 1 ano após, notando-se perfeita cicatriza- ção dos tecidos intra-orais Estudo de caso Paciente do sexo masculino, 51 anos, casado, da cor negra, pro- curou a Universidade Tuiuti do Pa- ranánadata19/02/2013paraobtu- ração do dente 11, queixando-se de um buraco na gengiva, em cima do elemento, por onde drenava grandequantidadedesecreçãopu- rulenta. Ao exame radiográfico, obser- vou-se extensa área radiolúcidas, observando uma fístula, lesão pe- riapical, envolvendo região peria- pical do referido dente. Durante o tratamento endodôn- tico,nãoseconseguiuocontroleda secreção presente no dente, mesmoapós23diasdetratamento, com trocas da medicação intraca- nal, ocorreu à regressão da fístula, mas ainda persistia drenagem de exsudato via canal. Foi optado en- tão pelo selamento definitivo da perfuração radicular empregando oMTAecontinuaçãocomtrocasde hidróxido de cálcio no canal radi- cular. Devido à persistência do exsu- dato via canal, optou-se pela reali- zação da obturação endodôntica, seguida de tratamento cirúrgico complementar (apicectomia) com retrobturação com MTA. Optou-se então pela apicecto- mia com tratamento endodôntico transcirúrgico usando-se MTA como cimento obturador. Foi reali- zada uma apicectomia cuidadosa, conservando assim, o máximo pos- sível de estrutura dental. No controle pós-operatório de sete dias, o paciente não apresen- tava sintomatologia que fosse in- compatívelcomoatocirúrgicorea- lizado, sendo que a cicatrização apresentava-se normal. Tal quadro se manteve por todo o período de acompanhamento, durante um ano, uma vez que a radiografia de um ano após o tratamento revelou neoformação óssea na região, com- provando o sucesso do caso. Ao final do tratamento cirúr- gico, o paciente foi encaminhado para o tratamento protético. Este caso ilustra a utilização do MTA para selamento de perfura- ção radicular e como material re- trobturador após apicectomia. Discussão Segundo TORABINEJAD et al.(1993),o MTA possui uma série de vantagens sobre outros mate- riaisretrobturadores:facilidadede manipulação, de inserção na cavi- dade preparada e de adaptação ás paredes dentinárias, necessitando demenorforçadecondensação,es- tando relacionado a pequenos graus de infiltração apical. PITT FORD et al. (1996),afirmo queosmateriaisutilizadosparare- trobturar são determinantes no su- cesso da cirurgia parendodôntica. Sendo assim, muito estudo tem sido realizado com objetivo de en- contrar um material que ofereça aderência, promova selamento hermético, seja biocompatível, ra- diopaco, de fácil manipulação e possibilite um ambiente propício para regeneração tecidual. E, o MTA encaixa-se em todos esses as- pectos. SegundoGIRARDIetal.(2010),o avanço das técnicas endodônticas convencionais tem proporcionado altos índices de sucesso na resolu- çãodeproblemasendodônticos,re- fletindo diretamente na diminui- ção dos casos para paraendodôn- tica. Porém, a técnica, deve ser se- guida criteriosamente para a ob- tenção de um bom resultado. Sabe- se ainda que, como todo procedi- mento,atécnicaépassíveldeerros eestásujeitaainsucessosemrazão de fatores microbiológicos e de or- dem extrínseca e intrínseca, que nem sempre podem ser resolvidos apenas com o retratamento endo- dôntico. Diante do exposto, nota-se a im- portância da cirurgia paraendo- dôntica nos casos em que, mesmo com a utilização de todas as alter- nativas de tratamento da endodon- tia convencional, não há a regres- são de lesões periapicais. A cirurgia paraendodôntica visaáresoluçãodeproblemascria- dos pelo tratamento endodôntico ounãosolucionáveisporele.Sendo assim,foiàopçãodetratamentoes- colhido no caso descrito nesse tra- balho, por ser um dente com lesão periapical crônica e a inviabili- dade de retratamento endodôn- tico. Apesar de o hidróxido de cálcio sercapazdeajudarareparaçãodos tecidosapicaiseperia- picais,atémesmocom a deposição de tecido mineralizado, outros materiais, como o MTA, também apre- sentam tais proprie- dades, com a vanta- gem de possibilitarem a conclusão do trata- mento com um nú- mero reduzido de ses- sões. O MTA apresenta características bioló- gicas, composição e propriedades que o tornam um material ideal para selamento dos canais radicu- lares, destacando-se, em especial, suas condições osteocondutoras, osteoindutora e cementocondu- tora. Segundo COSTA et al. (2012) quanto ao mecanismo de ação, o efeito do MTA induz á formação de uma camada de estruturas cristali- nas.Esseefeitoédecorrentedarea- ção do óxido de cálcio com os flui- dosteciduaisedohidróxidodecál- cio, que reage com o CO2 da cor- rente sanguínea, formando carbonato de cálcio. Uma matriz extracelularricaemfibronectinaé secretada em íntimo contato com esses produtos, iniciando a forma- ção de tecido duro. Histologica- mente, o que se observa é o estí- muloádeposiçãodestetecido,atra- vésdegranulaçõesdecalcita,aore- dor das quais há grande condensação de fibronectina, o que proporciona adesão e diferen- ciação celular. Sendo assim consegue se obser- var que o MTA é um material retro- bturador considerado satisfatório como selador apical em cirurgias paraendodôntica. Conclusão De acordo com a metodologia utilizada neste trabalho e, conside- rando seus resultados pode-se con- cluir que o material utilizado MTA mostrou-se eficiente na neoforma- ção de barreira de tecido minerali- zado,selandoporcompletoaapical do canal. Nota editorial: O editor disponibi- liza uma lista completa de referên- cias. Fig. 11: Mini peça de mão para o preparo do ápice. Fig. 12: Material restaurador MTA ,pó e liquido. Fig. 13: Manipulado do MTA. Fig. 14: Remocção dos cones extras, pré existentes. Fig. 15: Colocação do material MTA. Fig. 16: Condensação do MTA no conduto. Fig. 17: Sutura com fio de seda 4.0. 13 14 15 11 12 16 17 131415 1112 1617